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Animais exóticos e silvestres são atrações em pet center de Curitiba

por | jan 7, 2019 | Destaques, PET

Um é silencioso, o outro um verdadeiro “tagarela”. O primeiro é tranquilo e dá pouco trabalho. Já o segundo é agitado e pede atenção do tutor. Dois animais bem diferentes, mas com duas características em comum: têm grande expectativa de vida e estão fazendo sucesso entre pet lovers. O Jabuti-piranga, que pode chegar aos 60 kg, e o Papagaio do Congo, uma ave originária da África, podem ser boas escolhas como animais de estimação, mas antes de adquirir um novo amigo é fundamental conhecer suas peculiaridades.

Papagaio do Congo

Penas cinzas no corpo, bico preto e cauda com penas vermelhas e brilhantes compõem o visual do exótico Papagaio do Congo, também conhecido como papagaio cinzento. Apesar da beleza, o que mais chama a atenção é sua capacidade de imitação e inteligência. “Além de imitar sons ouvidos com frequência, a ave é capaz de falar muitas palavras e fazer vários truques com o treinamento correto. Alguns estudos demonstram que ela é capaz de aprender cerca de mil palavras”, comenta Luiza Prado Mariani, veterinária responsável pelo atendimento de animais exóticos e silvestres no pet center HiperZoo. O exemplar mais famoso, o papagaio Alex, que pertenceu à pesquisadora norte-americana Irene Pepperberg, era capaz de identificar 50 objetos, sete cores e contar até seis. Sua inteligência correspondia à de uma criança de 5 anos.

A esperteza da ave é tanta que chega a usar artimanhas para despertar a atenção. “Muitos tutores relatam que suas aves imitam sons e frases para conseguirem o que desejam. Um deles, por exemplo, aprendeu a imitar o choro do filho pequeno para fazer com que seu tutor brinque com ele também”, revela a sócia-proprietária do HiperZoo, Patrícia Maeoka.  Outras características do Papagaio do Congo são sua afetividade e sociabilidade com humanos e outros animais. A comerciante Luana Alves Patrício, tutora de uma ave de apenas dois meses de idade, relata: “Temos uma cachorrinha da raça Yorkshire Terrier e as duas brincam juntas. A Adália também nos acompanha em nossa loja e interage com os clientes e os cães que temos lá. Ela é muito curiosa e presta a atenção em tudo e em todos”.

Quem quiser ter uma ave como essa precisa envolver a família, pois ela costuma viver entre 60 e 80 anos. Ela também requer bastante tempo de atividade fora da gaiola, no mínimo seis horas diárias, e uma grande quantidade de brinquedos para se distrair e mastigar, exercitando assim sua mandíbula.

A gaiola onde vive deve ser limpa todos os dias e seus recipientes de água e comida lavados com água morna. O tamanho da gaiola deve permitir que o animal abra suas asas sem encostar nas grades e, preferencialmente, possa se movimentar bem ali dentro. É importante lembrar que, quando o papagaio estiver sozinho em casa, deve ficar na gaiola, pois é um animal curioso e pode mexer e bicar algo que possa feri-lo, como fios elétricos, por exemplo.

O corte das unhas também é importante e deve ser realizado a cada seis meses por um profissional habilitado. Assim, evita-se o quebramento errado, que causa sangramentos ou acidentes com seus tutores.

A alimentação indicada é ração extrusada com frutas e verduras, mas os Papagaios do Congo também gostam de petiscos, por isso podem ser oferecidas frutas e verduras frescas, sementes e ovos cozidos para agradá-los e equilibrar a alimentação. Eles costumam ter entre 28 e 39 cm e chegam a pesar 400g.

Jabuti-piranga

Para quem prefere um animalzinho mais independente, o charmoso Jabuti-piranga, tartaruga terrestre que possui escamas avermelhadas na cabeça e patas, pode ser uma excelente opção. A espécie gosta de interagir com os tutores e não exige atenção por muito tempo. Pode passar boa parte do dia no jardim de casa, desde que observada a temperatura e condições climáticas.

Os momentos ao sol são de extrema importância para ativar a vitamina D e o cálcio adquirido na alimentação. A falta desses nutrientes pode causar deformação em cascos e ossos na fase de desenvolvimento ou causar uma doença ósseo metabólica muito dolorida. “É importante ressaltar que a exposição ao sol deve ser direta, pois o vidro filtra os raios ultravioletas”, alerta a veterinária. Nos dias nublados, o indicado é deixá-los expostos a lâmpadas ultravioletas de 30 minutos a uma hora.

O terrário também deve conter iluminação artificial, preferencialmente que emita raios UVA e UVB, e espaço de no mínimo oito vezes o tamanho da carapaça no comprimento, quatro vezes na largura e duas vezes na altura. A alimentação é a base de ração própria e deve ser complementada com frutas como uva, banana, maçã e pêra; verduras como couve e almeirão; carne moída crua com suplementação de cálcio e água à vontade.

Ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, o jabuti não entra em processo de hibernação. É um animal ectotérmico, ou seja, sua temperatura corporal depende da temperatura externa, pois não consegue produzir calor e se esquentar. Durante o clima frio, se não ficarem em ambiente aquecido, sua temperatura corporal e metabolismo baixam, parecendo hibernar. “Muitas vezes ficam sem se alimentar porque não conseguem se movimentar e um longo período sem alimentação pode gerar graves problemas de saúde, desde desnutrição até uma pneumonia”, alerta a médica. O ambiente ou terrário devem ser mantidos com temperatura entre 26º C e 30º C, durante o dia, e de 22º C a 26º C, à noite.

Os jabutis convivem bem com crianças e outros animais, mas é preciso cuidado durante essa interação pois são animais sensíveis e podem se machucar com quedas ou perfurações, como mordidas, por exemplo. A carapaça e o plastrão (parte inferior do casco) têm a função de proteger os órgãos internos e uma perfuração ou fratura pode deixar os órgãos expostos levando a sangramentos ou infecções. Outro risco comum à espécie são os atropelamentos, que acontecem principalmente dentro dos quintais das casas. Os jabutis atingem a vida adulta com cinco anos e podem chegar a 70 cm de comprimento e 60 kg. Se bem cuidados, podem alcançar  80 anos de idade.

Aquisição responsável

De acordo com o estudo “Esforços para o combate de animais silvestres no Brasil”, o comércio de vida silvestre, incluindo a fauna, a flora e seus produtos e subprodutos, é considerado a terceira maior atividade ilegal do mundo. Estima-se que cerca de 38 milhões de exemplares sejam retirados anualmente da natureza e que aproximadamente quatro milhões deles sejam comercializados, isso somente no Brasil. Embora sejam inúmeras as consequências do tráfico, quem busca um animal de estimação deve ainda considerar o risco de transmissão de doenças graves, visto que não há controle sanitário dessas espécies, e o incentivo de um negócio ilegal, que aumenta o risco de extinção de espécies e abandono de animais.

Segundo a sócio-proprietária do HiperZoo, o ideal é que o interessado procure um criador ou loja autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e, na aquisição, solicite o certificado de origem do animal, número de autorização de manejo do criador ou do estabelecimento, além de exigir nota fiscal. O pet center é um dos poucos estabelecimentos de Curitiba autorizados a comercializar animais exóticos e silvestres e conta com consultório com veterinário especializado e profissionais aptos a orientar os clientes na escolha do animal de estimação. “Procuramos sempre avaliar a rotina e disponibilidade do cliente para verificar se ele se ajusta ao perfil do animal que está interessado, bem como alertá-lo sobre os cuidados necessários e expectativa de vida do bichinho”, comenta Patrícia.

 

Serviço

Consultas para animais exóticos e silvestres – segundas-feiras, quartas-feiras e sábados, das 9h às 18h

HiperZoo: Rua Desembargador Westphalen, 3.448 – Curitiba/PR

Telefone: (41) 3051-7777

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